sábado, 10 de agosto de 2013

Dura delicadeza...

 
 
 
 
 
Cada dia que passa tenho me fechado mais e mais dentro de uma carapaça, venho me protegendo das durezas da vida e de todas as coisas que mesmo do alto dos meus 33 anos de vida ainda não entendo, sempre fui do tipo de pessoa que acredita na boa intenção das outras, mas a vida têm me mostrado que as coisas não são assim, tenho me assustado com a mesquinharia humana, e mesmo as pessoas mais próximas à quem muito dediquei cuidado, carinho e amor, retribuem com farpas... Enquanto por dentro carrego uma enorme delicadeza e muito amor, percebo que tudo isso, cada dia faz com que eu me sinta mais só. Dura delicadeza essa, que faz com que a gente tenha de se proteger... Sabe, sinto falta de mim, de alguém que pouco à pouco perde-se no passar das horas e luta para continuar existindo na confusão dos dias, tentando sobreviver intacto às asperezas diárias, e confesso que não é tarefa fácil, pois sempre que as coisas ficavam assim tão confusas e sem sentido, eu fugia para um lugar todo meu, chorava minhas mágoas até a exaustão e pronto, ficava de alma limpa, e seguia o caminho com as baterias recarregadas e um novo ânimo para continuar, uma nova força para recomeçar... Hoje em dia as coisas não acontecem mais dessa forma, as lágrimas que lavavam e purificavam minha alma, secaram ou não conseguem transpor essa dura carapaça que eu mesmo criei em busca de proteção. É como se duas pessoas habitassem o mesmo corpo, uma dura e áspera, pronta pra atacar seguindo apenas extintos animais de sobrevivência e outra pessoa, com uma delicadeza e encantamento de vida tão sutil e leve que cada vez mais, esconde-se com medo de ser ferida e machucada mais uma vez. É triste ter de viver assim, sempre na defensiva, não saber em quem confiar, não ter segurança nas relações que nos cercam... Ainda quero acreditar que exista um lugar e pessoas onde se possa deixar de lado todas as armaduras e defesas que precisamos vestir dia à dia antes de sairmos de casa.
 
 
Gê!