sexta-feira, 25 de abril de 2014

Despedida de Daniel...






Sim, Pedro: mais do que nunca, teus olhos são estrelas.
Dez anos passados, e a sinagoga ainda é silenciosa no fim das manhãs.
O sol ainda projeta a cor dos vitrais sobre as toalhas brancas.
Eu ainda espero.
Por mais que deseje, porém, não enxergo  tua sombra falha;
resta, na parede do corredor, a aridez de tua transparência.
E, na minha mente, o mistério eterno dos teus olhos.
Eles são como o sol, que desconhece o próprio brilho.
Sozinho, isolado no vácuo, não percebe seu poder, não entende a própria luz,
não sabe que ilumina e aquece mundos inteiros, mesmo tão distantes.
Quero que teus olhos para sempre me assombrem.
E digo para ti, desejando na verdade, falar a mim mesmo: tudo foi contado.
 Ergue teus olhos e admira a nuvem, a luz dentro dela e as estrelas que a rodeiam.
A estrela que aponta o caminho é a tua estrela.
Vem, para que eu possa ensinar-te sobre segredos que ninguém viu.
 Porque existe um domínio supremo e sem fronteiras,
cuja grandiosidade nenhuma geração de anjos contemplou,
no qual existe um grande espírito invisível, que nenhum olho de anjo jamais viu,
nenhuma idéia do coração jamais compreendeu e nunca foi nomeado.
Amor, ousariam chamar alguns?
Vem, que teus olhos me assombrem, voláteis e nebulosos.
Para que estrelas vazias jamais adormeçam.


Trecho do Livro - Uma Leve Simetria

Rafael Bán Jacobsen.




terça-feira, 1 de abril de 2014

Sorrir

 
 
 Nos braços da noite,
minha alma repousa,
para novamente...
 Sorrir um novo dia.
 
Gê!