segunda-feira, 26 de abril de 2010

Pequenos fragmentos de uma vida...Parte II


Após tomar o primeiro gole de vida, ele vai acostumando-se ao seu novo ambiente, um tanto desconfortável, pra bem da verdade, mas permite-lhe sentir novas sensações, até então não experimentadas... Tudo é muito novo à sua volta, ele que antes, estava naquele ambiente bastante conhecido e confortável, de temperatura agradável... Porém já sentia seus movimentos bastante limitados, parecia-lhe que aquele local onde se encontrava diminuía de tamanho conforme passavam os dias... Embora aquele local, diminuísse de tamanho, ainda assim era sua referência, sentia-se acolhido, protegido...

Lembrou-se do dia em que estava lá, e passou à escutar uma voz, estranhou muito de início...Pois não entendia de onde ela surgia ... Não conseguia identificar sua procedência, mas sentia ser uma voz muito doce... Aos poucos foi acostumando-se com a voz , e já ficava tranquilo ao escutá-la.

Não entendia direito, mas já gostava daquela voz, que mesmo sem compreender de onde vinha, ele já passava à confiar nela de uma forma inexplicável, não havia dia em que essa voz não lhe viesse aos ouvidos... sempre melodiosa... protetora... acolhedora... Eis que tão de repente, aquele lugar já tão seu, ao qual estava adaptado, começou a comprimí-lo, parecia querer expulsá-lo dali... Já estava ficando encomodado... amedrontado até... E se perguntava, e a voz? Por que não à escuto? Por que não vêm em minha defesa?

Mas nada escutava... apenas sentia cada vez mais seu corpo sendo pressionado... Percebeu que o ambiente onde estava, começava à ficar vazio do líquido viscoso que tornava seus movimentos mais leves. O que está acontecendo, ele se perguntava... Quando a mais forte de todas as pressões, apertou-lhe o frágil corpo... Ele sentiu uma grande janela sendo aberta, por onde pode ver várias mãos agéis, trabalhando com instrumentos estranhos, foi nesse momento que ele, sentiu-se sendo puxado abruptamente...



4 comentários:

  1. Meu, a vida é muito preciosa, é muito mais que um simples sopro. Nas tuas palavras comecei a ver a chegada da vida...impossível descrever.
    Bem...estes dias, infelizmente, Petro não falará falará das memórias de lins...Eu até que queria, mas se o autor não pode, logo o narrador tira volgas. Até breve...voltarei para ler as lições atrasadas.
    Um abraço!

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  2. Agradeço suas palavras grande narrador Petro, saiba que ficarei ansioso por recebê-los de volta em meu mundo...e seguir tentando descobrir o que se passa com Lins...e esperando para ter a oportunidade de conhecer o autor...a terceira e misteriosa identidade...

    Abraços!

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  3. Vi uma reportagem certa vez de um psicoterapeuta que dizia que quando estamos buscando nosso estado "feto", seja em forma de palavras ou ate mesmo na posição de dormir, na realidade, estamos buscando uma certa proteção uterina há tempos perdida, pois o nosso meio está nos amedrontando.

    Renascer todos os dias, berrar pelo que se quer, fazer pirraça, esse deveria ser o objetivo.

    Um beijo da tia Tata nenem :D

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  4. De certa forma Re, pode ser que seja por aí... As coisas não me têm saido como espero e talvez tenha por hora perdido o rumo da minha caminhada...quem sabe isso esteja me amedrontando... por outro lado quando me permito sentir medo, e por que logo a seguir recupero a coragem em mim... e me reencontro acho novamente o caminho...por hora sinto me amedrontado...
    Forte Abraço Re!

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