segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Eleições...






Eleições...


Pois bem vamos falar de eleições,
Não!
Não estou falando de política não,
Estou falando de quando o coração,
O teimoso do coração,
Sem razão,
Elege um dono pra residir dentro de sí,
E chama o tal de amor...
E esse morador,
Além de não pagar aluguel,
Ainda nos recompensa trazendo dor,
Dor ao nosso sentir...
O eleito,
Não deu valor ao voto de confiança que recebeu,
E foi embora,
Com o pensamento de que nada aconteceu...
O amor é um político corrupto,
Que esquece quem lhe deu a mão,
Ao cair daquela tarde fria e escura,
Em que nos vemos sós.

Gê!



*Ontem enquanto estava na fila aguardando pacientemente [*&#@%!&#*”] para votar, me bati de frente com um monte de recordações e sensações que julgava que já haviam morrido dentro de mim...
Engano meu, pois o acaso ou o destino, me fez lembrar do amor que um dia residiu aqui dentro do meu peito (ou que ainda reside, exatamente não sei, e sinceramente prefiro não saber), mas ao me bater, e não literalmente mas fisicamente falando, ao me bater à um amor adormecido alguma coisa despertou...E sei que despertou somente em mim, como sempre foi...Por favor não pense se tratar de amor platônico, pois não me presto à esse tipo de amor, acredito que o amor é uma via de duas mãos, mas acredito que nesse caso, somente eu amei, ou fui quem mais amou...E também quem mais se magoou...
Não foi meu primeiro amor, mas talvez o mais verdadeiro, juntos tivemos grandes momentos, vivemos muitos sentimentos, e sei, que por alguns instantes, mesmo que por alguns instantes, esse amor se rendeu à mim, pude perceber em alguns instantes o seu querer e sua forma de sentir, diferente da minha, mas ainda assim muito forte...
Acredito que seus olhos sempre querem me dizer algo, ou talvez eu queira ver seus olhos me dizendo algo...
Apenas nos perdemos, e de quem foi à culpa, isso já não cabe mais determinar...
Mas percebo que sempre te busquei, que sempre te procurei, uma busca por teu cheiro, por teu gosto, por sentir a textura da tua pele, o brilho dos teus olhos quando encontravam os meus...O calor do teu corpo...
Fantasmas que por longo tempo tento esquecer, e por vezes até consigo, até que tão de repente... Tudo volta e se faz tão vivo, tão palpável, que posso sentir o teu gosto entre meus lábios... Mas são só lembranças, e assim elas devem ficar...Mas ao te ver elas ressurgem, e posso apenas senti-las e mais nada...E um sentir de saudade, já sem dor...
Apenas um sentir de amor! É apenas uma carta pra ninguém...


Gê!



No dia em que fui mais feliz
Eu vi um avião
Se espelhar no seu olhar até sumir
De lá pra cá não sei
Caminho ao longo do canal
Faço longas cartas pra ninguém


Inverno - Adriana Calcanhoto.

5 comentários:

  1. Meu amigo, interessante você dizer que vê um pouco de Clarice em minhas palavras, muitas pessoas também já me disseram isso, ainda estou por acreditar! Talvez seja o meu admirar por tão belas palavras delas, que me fazem inspirar! E essas lembranças ai em tua mente, fazem parte da sua história, mostrou a ti grandes sentidos e grandes momentos, eu imagino! Eleja sempre o que faz bem ao teu coração! Um abraço sempre!

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  2. Oi Gê, isso se chama coração apertado, sufocado, que uma hora resolve se soltar! Sabia que o coração às vezes nos domina de uma tal forma que ficamos sem explicação, sem respostas... Por mais que fazemos uma eleição o tal coração nos surpreende com as sensações e as pessoas eleitas. Beijosss Gê

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  3. Eita coração traiçoeiro...sempre a nos pregar peças...Contudo, tem algo de bom nestas suas lembranças, elas deixaram marcas lindas tb, pelo que li no seu texto houve momentos que vc sentiu reciprocidade e isto é maravilhoso.Espero que um dia vc possa olhar para esta pessoa e sentir que foi bom e valeu a pena...
    Vc escreve muito bem e amei conhecer um pedacinho do seu mundo...

    Bjussssss

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  4. Nossa Gê nem sei o que comentar, só sei que entendo rs,de uma forma linda e tocante você expressou sentimentos que é muito difícil verbalizar ou até colocar no papel, sempre que leio seu blog fico feliz por saber que ainda existem pessoas que são tocadas pelo amor, afinal o ser humano se escondeu numa capa de frieza, onde falar o que se sente ou se pensa é vergonhoso.Principalmente os homens, que bobos né?
    Parabéns pelo lindo blog, adoro!!Bjsss

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  5. Por que as pessoas não amam igual? Enquanto lia esse post, essa pergunta pairava em minha mente, ao tempo em que sofria uma verdadeira catarse. O meu primeiro amor também me trouxe dor, eu era muito jovem e a garota por quem eu estava apaixonado na época já estava em outra freqüência há tempos. Eu era apenas mais um em sua coleção de garotos e isso me doía demais. Por longos anos eu senti a dor que você, tão ricamente descreve aqui em forma de poema. E não se espante. Inverno foi a canção por mim escolhida na época, para chorar aquele amor que tanto me fez amadurecer. Hoje, 15 anos depois, estou completamente refeito e feliz, amando de novo. Quanto a ela, infelizmente não posso dizer o mesmo, pois a vida é cíclica e o salário da leviandade é o caos. Amar confunde e dói, mas também ensina e faz crescer. Força Amigo!

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