sexta-feira, 7 de maio de 2010

Quando somos surpreendidos por nós mesmos...


Por tempos fugi dos furacões, ontem resolvi criar um, pegá-lo pela mão e enfrentá-lo, como quando enfrentamos nossos medos e defeitos...Isso foi o que postei em meu orkut, dois dias atrás... Mas para que entendam essa postagem vejam :Altos e baixos ou melhor mais baixos, para quem não lembrar, ou não tenha visto ainda...

Bom , na verdade não foi ontem...mas precisei de algum tempo para entender o que se passava dentro de mim, pois as coisas aconteceram tão rapidamente, que as palavras não faziam sentido quando tentava dedilhar algo no teclado...

Tudo começou por volta de meio-dia e quinze, estava eu frente ao computador, procurava alguma coisa que por hora já não lembro...estava com fones nos ouvidos...escutava alguma coisa...acho que Ana Cañas... Mas vamos ao que interessa, escuto um forte barulho de louça que se quebra, o som me chegou um tanto abafado, talvez devido aos fones que usava, mas algo ativou meus sentidos...era como se mesmo sem saber o que havia acontecido...eu soubesse...Tinha marcado algumas coisas com uma amiga pra tarde que seguiria, mas mesmo sem sair de onde estava, sentia algo, então avisei à ela de que não iria... que precisava organizar algumas coisas...Coisas que nem eu mesmo sabia, quais seriam... Após desmarcar, saí em busca para saber que barulho era aquele...

Entro na cozinha, e encontro algumas louças jogadas na pia, percebo que haviam sido jogadas com certa raiva, fúria até... Procuro por minha mãe, e a encontro jogada em uma cadeira, chorava muito já quase que a soluçar...

Diretamente pensei, brigou com alguém, no mesmo instante que lhe perguntava com quem, automaticamente me respondia, com meu pai, claro...Claro que não, veja só eu estava querendo jogar às culpas em quem não merecia, ao menos por hora...

Como ela não parava de chorar, e quase nada dizia, apenas respondia com movimentos `a tudo que eu lhe perguntava... Ajoelhei-me no chão e abracei-a, assim ficamos por alguns minutos...que apesar da situação foram tão bons, senti como se naquele momento estivéssemos refazendo o cordão umbilical que um dia nos uniu... Até que ela conseguiu se acalmar e eu pude saber que havia brigado com minha irmã...Saí em disparada ao quarto dela...só parei quando me vi, batendo à porta, ou melhor esmurrando...Ela abriu a porta, e começamos a discutir, brigamos, por fim saí...

Minha mãe seguia à chorar, talvez mais até do que antes, pois escutou tudo o que eu e minha irmã haviamos gritado durante à discussão...

Meu pai que estava cestiando, levantou-se pois a casa toda era só brigas, gritos e muito choro...Passou onde estávamos e talvez sem entender o que se passava, nada disse, foi tratando de arrumar suas coisas para voltar ao trabalho... Nesse momento chega meu irmão, que desligado como só ele consegue ser, entrou sem nada perceber...e foi para frente do computador... Nisso meu pai, já estava prestes à sair...

Foi então que deixei minha mãe de lado, entrei novamente no quarto da minha irmã, trouxe meu irmão que estava na sala, e chamei meu pai... Fazia tempo que não nos falávamos, acho que desde de dezembro passado, apenas trocávamos palavras entrecortadas e ofensivas de ambas as partes...Foi então que sem pensar, reuni todos... Agora nos encontravá-mos, uns diante dos outros, agi fazendo uso somente da emoção, naquela hora esqueci da razão, das mágoas, das dores, esqueci de mim, pensei no bem comum, no bem de todos, no bem de minha mãe...



Por tempos fugi dos furacões, ontem resolvi criar um, pegá-lo pela mão e enfrentá-lo, como quando enfentamos nossos medos e defeitos...



Naquele momento, criei um furacão, não um furacão de força natural, um furacão de força emocional... Esse furacão fez com que eu mesmo me surpreendesse, e esquecesse de mim... Foi quando me vi , sofrendo dores ,mágoas e lágrimas que não eram minhas, mas de minha mãe, que criei um furacão familiar...
Após falar algumas coisas quando estávamos todos juntos, fiz com que nos dessémos às mãos e que nos permitíssemos...um novo recomeço...
O furacão passou, mas descobri que posso esquecer de mim mesmo, pra pensar na minha família...é claro que nem tudo se tornou um jardim florido, pois o furacão passou à pouco... Mas agora podemos pensar em plantar flores juntos, e talvez nesse plantar, consigamos nos vermos de outra forma, quem sabe?
Tudo muda, tudo se modifica, eu erro, mas busco me corrigir... E acreditem que nesse dia consegui o poder de fazer chover...mesmo que não tenha conseguido torcer as nuvens...Foi uma chuva diferente, após um furacão diferente, uma chuva de lágrimas...
Eu me permito ser diferente, todo dia me reinvento, mas nesse dia me surpreendi, jamais pensei que eu chamaria meu pai e que fosse capaz de pegá-lo pela mão...

Pois é viver também é deixar acontecer, se surpreender!

4 comentários:

  1. "Por tempos fugi dos furacões, ontem resolvi criar um, pegá-lo pela mão e enfrentá-lo, como quando enfentamos nossos medos e defeitos..."

    Adorei!
    Depois quero conversar contigo sobre furacões.

    Beijos amigo!

    P.S Postei um selinho.
    Adorei o presente!

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  2. Sempre em algum momento de nossa vida "Ge" temos que abrir um espaço pra enfrentar estes furacões que teimam em nos torturar, mesmo que no subconsciente. Tenho certeza que isso lhe fez bem e que de uma maneira ou de outra tbm fez bem a eles. Familia é um bem permanente, mesmo que as vezes nao nos entendemos mto bem. Isso é normal do ser humano. E pode ter certeza que se isso aconteceu foi por vontade de Deus, para que de alguma maneira voces começassem a reatar os laços. Bju no seu coraçaõ.

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  3. Quando ele vem tira tudo do lugar, mas o "estrago" que o furacão causa traz com ele: esperança, renovo, superação e sobretudo coragem.

    Lindo post menino..eu sempre soube que um tango seria dançado por esse coração - forte, intenso, verdadeiro.
    Tudo que tira a gente do eixo nos transforma.

    Se surpreender, se superar é ser forte como um furacão.

    beijos cintilantes

    tenha um super final de semana (com mais calmaria)

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  4. Olá..tempos atrás li um texto seu em que falava de seu pai, inclusive comentei...só hj voltei ao seu blog e estou aqui surpresa e aplaudindo sua atitude...sei que a razão ( racional) não teve muito a ver com esse momento, quem te moveu foi a razão emocional..embora muitos achem que essa tal razão emocional só nos coloca em fria, eu sempre acreditei que ela, muitas vezes, é a causadora de boas mudanças em nossa vida.
    Menino Gê, espero que esse furacão tenha vindo para colocar as coisas no lugar e mais, que tenha deixado em vc a certeza de sua força interior.
    Conquistas como essa devem ser celebradas.
    Bjs e te desejo um fim de semana com cheiro de terra molhada.

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